colunista do impresso

Contraponteando

style="width: 100%;" data-filename="retriever">

Os vírus são organismos muito simples, somente visíveis pelo microscópio eletrônico e que não podem se reproduzir por si sós, necessitando penetrar numa célula para aí se reproduzirem. Essas formas primitivas de vida são muito antigas e, talvez, tenham se originado na mesma época do surgimento das bactérias: há 2,5 bilhões de anos. Eles são parasitas de todos os organismos vivos, causando doenças conhecidas desde a antiguidade, como o sarampo, a varicela, a caxumba, a raiva, a poliomielite, a varíola, todas nossas visitantes periódicas e, na sua maioria, controladas preventivamente com vacinas eficazes que desenvolvem imunidade, antecipando-se às infecções. As vacinas contra as diversas modalidades de gripe vêm de há muitos anos prevenindo os surtos periódicos dessa moléstia, conferindo imunidade que evita ou atenua essas epidemias.

Em 1912, não havia vacinas antigripais e a "gripe espanhola" matou 50 milhões de seres humanos ao redor do planeta. Depois dessa catástrofe, nunca mais houve epidemia semelhante. Os surtos gripais originados por mutações virais têm sido dominados por vacinação preventiva. Mesmo as novas formas, como a H1N1, logo são controladas por vacinação desenvolvida de um ano para outro. O coronavírus - Covid 19 - causador da "gripe chinesa", logo terá sua vacina, que, daqui a um ano, poderá prevenir a recorrência viral. Até lá, nada poderá evitar a disseminação planetária que tem se mostrado de uma capacidade de propagação inusitada. As pessoas contaminadas desenvolverão imunidade natural e somente quando houver uma "massa crítica" considerável, que se estima em mais de 50% da população, começará o declínio da epidemia, até sua cessação, o que poderá demorar meses, mercê do isolamento social a que a população foi submetida. Contrariamente, o Japão não parou. A decisão mais racional, até agora, vem sendo observada por Israel e os Estados Unidos irão adotar as mesmas medidas: confinamento vertical (somente os grupos de risco letal).

Duas situações fazem o grande diferencial dessa pandemia: lº - a grande velocidade de disseminação do vírus; 2º - a globalização do noticiário, contabilizando instantaneamente os casos de evolução grave e a letalidade. Isso tem criado um clima de medo que não corresponde às informações estatísticas que estão se acumulando.

Primeiramente, sabe-se que 80% dos contaminados passam sem sintomas, mas desenvolvem imunidade. Dos 20% sintomáticos, metade são casos que exigem cuidados habituais e os demais necessitam hospitalização. Desses 10% mais graves, somente 1,8% foram a óbito na China. Outras epidemias virais têm se mostrado com maior letalidade. No ano de 2019, morreram no Brasil mais de mil pessoas com infecção pelo o vírus da influenza. As crianças praticamente não são atingidas pelo Covid-19; a população com menos de 60 anos é pouco vulnerável e mesmo os idosos são atingidos quando sofrem de outras moléstias debilitantes.

A cessação das atividades comerciais será o mal maior que essa epidemia irá causar. O ICMS deixará de ser recolhido e os Estados não terão como pagar seus funcionários.

Os empresários, principalmente os pequenos e médios, logo esgotarão suas reservas e também se verão incapazes de cumprir seus compromissos. Os prestadores de serviços, profissionais liberais e autônomos terão cessados seus ganhos e continuarão com seus compromissos. Essa desorganização da economia será a maior catástrofe que resultará dessa paralização. Com a crise de 2008, a economia levou anos para se reerguer. Isso que foi somente uma "marolinha". Quantos anos serão necessários para recuperar todos os prejuízos sociais e econômicos que essas decisões drásticas estarão provocando? A mesma mídia que tem alimentado o alarmismo na situação atual se voltará contra as decisões governamentais que hoje estão sendo tomadas, mais pela pressão da repercussão global e menos pela audiência dos economistas e da sensatez dos sociólogos. Ainda há tempo para revisarmos certas medidas extremadas!

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Lições do Isolamento social Anterior

Lições do Isolamento social

Reflexões a partir de uma pandemia Próximo

Reflexões a partir de uma pandemia

Colunistas do Impresso